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Títulos do Tesouro Direto terão taxa de custódia zerada; veja o que muda
A partir de 1º de agosto investimentos de até R$ 10.000 no Tesouro Selic estarão isentos da cobrança de 0,25%
A partir do dia 1º de agosto, o investimento no Tesouro Direto ficará mais atrativo. Isso porque, o Tesouro Nacional e a B3 (bolsa de valores do Brasil) retiraram a taxa de custódia de 0,25% para investimentos de até R$ 10.000 no Tesouro Selic.
A taxa era cobrada anualmente para manter o armazenamento dos títulos. Com a decisão, o valor correspondente à 0,25% do total investido só passa a ser contabilizado em caso de excedente dos R$ 10.000. Então, se uma pessoa tem R$ 8.000 investidos no Tesouro Selic não pagará a tarifa. Já quem tem, por exemplo, R$ 15.000 aplicados só pagará a taxa referente ao valor de R$ 5.000, ou seja, R$ 12,50.
Segundo a consultora financeira Olga Cristiane, essa mudança traz o título de volta à competitividade. Ele é atrelado à selic, taxa básica de juros, que está em baixa. Atualmente está em 2,25%. Em 2016, por exemplo, estava em torno de 14%. Com a taxa de juros baixa e a necessidade de pagar igualmente a taxa de custódia do título, o investidor ficava em desvantagem.
Esse movimento, de acordo com a consultora, foi feito para manter os investidores no título e atrair novas pessoas. Visto que, em 2018 a B3 diminuiu a taxa de custódia de 0,30% para 0,25%, com o mesmo objetivo.
Reserva de emergência
“A reserva de emergência é aquele valor que você vai deixar guardado para te atender quando surgir algum imprevisto” explica Olga Cristiane e exemplifica “perder o emprego, ter alguém doente na família, bater o carro”. O valor dessa reserva deve ser de três à seis vezes a quantia dos gastos mensais. Então, se a pessoa tem o gasto de R$ 2000 por mês, sua reserva de emergência deve ser de R$ 6000 à R$ 12.000.
O Tesouro Selic é uma boa opção para reserva de emergência, pois possibilita que o investidor retire o dinheiro a qualquer momento sem perder nenhuma parte do valor. Opções de CDB que rende acima de 100% do CDI, também é atrativo para quem quer manter o dinheiro guardado.
Tesouro Direto é seguro?
“O Tesouro Direto é considerado um dos investimentos mais seguros do Brasil” afirma a consultora financeira. Um indicador de sua segurança é que todos os bancos investem em títulos do programa. Ademais, o não pagamento do Tesouro para com os investidores resultaria em uma queda da reputação do país, “ficaria mal visto nos blocos econômicos” completa.
Após recolher os impostos, o governo pode precisar de ainda mais dinheiro para cumprir o orçamento destinado aos serviços públicos. Uma das formas de arrecadar esse dinheiro é através do Programa do Tesouro Nacional, cuja uma das vertentes é o Tesouro Direto, voltado à pessoas físicas.
O programa foi iniciado em 2002 e permite aplicações a partir R$ 30,00.
Tesouro Selic
Esse tipo de título apresenta liquidez diária. Caso a pessoa precise do valor investido, pode solicitá-lo e retirá-lo no dia seguinte. Essa característica fica descrita como “D+1”. Ao fazer o resgate antes do vencimento, não há possibilidade de perder dinheiro com a operação, ao contrário do que pode acontecer com os dois outros tipos de título do Tesouro Direto, que são IPCA+ e os Prefixados.
IPCA+
Títulos do IPCA+ tem rendimento de acordo com o índice de inflação somado a mais uma taxa percentual. “Independente do movimento de preços você estará assegurado” diz Olga e exemplifica “se daqui a 20 anos a inflação estiver em 20%, esse título vai cobrir o seu dinheiro e não vai deixar que você perca o poder de compra”. Se acaso, o investidor precise vender o título antes de seu vencimento, há a chance do preço estar abaixo do valor de quando foi efetuada a compra.
Por isso, o mesmo é destinado há objetivos de longo prazo, como aposentadoria. Está disponível o IPCA+ 2035 e 2045.
Prefixados
No momento da compra de títulos prefixados o investidor já sabe a quantia que vai obter no vencimento. Olga menciona um título com vencimento em 2023 que está remunerando em torno de 3% ao ano. Essa opção é interessante pois está acima da selic. Mas se acaso a taxa básica de juros ficar acima dos 3% nos próximos anos, o investidor ganhará o mesmo valor já estabelecido. Desse modo, quanto maior o tempo da aplicação, mais difícil prever sua rentabilidade acima da taxa selic.
Como investir no Tesouro Direto?
“Os títulos do Tesouro podem ser encontrados tanto em bancos, quanto em corretoras de valores” conta Olga. No geral, essas instituições não cobram taxas para realizar o investimento. Todavia, é necessário se certificar disso antes de efetuar a aplicação.
O processo para criação de conta em corretora é simples, sendo possível fazer apenas pelo celular. A consultora explica que as páginas das corretoras oferecem facilidade e clareza na navegação.
Com a conta criada, é necessário transferir dinheiro para ela. Nessa parte, Olga alerta para o não pagamento de TED ou DOC ao realizar a transferência, dá o exemplo: “eu transfiro R$ 100 e pago R$ 8 de DOC, ou seja, o rendimento que eu teria com os R$ 100 ira demorar para cobrir esses R$ 8”. Em contrapartida, ela sugere que o investidor realize a transferência através da geração de boleto.
É possível realizar a compra do título de uma só vez, ou depositando valores mensalmente.
Desconto do imposto de renda no Tesouro Direto
Todos os tipos de investimento citados recebem desconto do imposto de renda, que pode variar de 22,5% a 15%, incidindo somente o valor que rendeu. Quanto mais tempo investido, menor a porcentagem descontada. A poupança não cobra imposto de renda. Ainda assim, apresenta rendimento menores.