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Momento é de adaptação para as empresas
Adaptar-se. Esse é o mantra que as companhias precisam ter em mente durante e após a passagem da crise gerada pela pandemia do coronavírus. Essa máxima foi defendida e empregada nessa quinta-feira, quando foi realizado o último painel do Fórum da Liberdade - Em Casa, promovido pelo Instituto de Estudos Empresariais (IEE), que teve como tema "O Papel do Empreendedor".
Adaptar-se. Esse é o mantra que as companhias precisam ter em mente durante e após a passagem da crise gerada pela pandemia do coronavírus. Essa máxima foi defendida e empregada nessa quinta-feira, quando foi realizado o último painel do Fórum da Liberdade - Em Casa, promovido pelo Instituto de Estudos Empresariais (IEE), que teve como tema "O Papel do Empreendedor".
O próprio formato do evento deste ano, de maneira on-line, é uma prova de como a sociedade tem buscado novas maneiras de interagir nos dias atuais, sob o fantasma do vírus. Participaram do encontro virtual o empresário Jorge Paulo Lemann; o presidente do Conselho de Administração da Lojas Renner, José Galló; o copresidente do Conselho de Administração do Itaú, Roberto Setubal; e o fundador e CEO do Nubank, David Vélez. Para Vélez, uma das consequências da crise será o aceleramento da adoção dos processos digitais. Segundo ele, muitas pessoas estarão mais à vontade para participar de videoconferências, por exemplo, ou adotar o trabalho remoto. Conforme o CEO do banco digital - que tem, hoje, 23 milhões de clientes -, durante este período de isolamento, foi possível perceber que pessoas que apresentavam resistência em utilizar mais frequentemente os recursos tecnológicos, como idosos, têm aderido a soluções como contas digitais.
O dirigente reforça que a pandemia proporcionou um ambiente difícil para empreender. "Há quatro semanas, o mundo mudou para todo o mundo", frisa Vélez. Ele prevê que as empresas adotarão um papel social mais ativo, após essa situação. O copresidente do Conselho de Administração do Itaú, Roberto Setubal, atesta que os usuários de bancos estão cada vez mais migrando para os canais digitais. Isso significará, provavelmente, a diminuição do número de agências bancárias. No caso do Itaú, ele diz que o grupo tem fechado, em média, ultimamente, 400 agências por ano. Sobre a crise vivida hoje, o executivo comenta que se trata de algo diferente do que ocorreu no passado, quando os problemas se originavam no mercado financeiro. Agora, o assunto tem relação com a área da saúde. "Há mais incertezas do que certezas de como sair dessa crise", enfatiza. Porém Setubal considera positivas as medidas que estão sendo tomadas por governo federal, Congresso e Banco Central do Brasil, além de apontar que os mercados no exterior começam a sinalizar reações.
O Sócio da AB InBev e do 3G Capital Jorge Paulo Lemann reforça que as companhias precisam melhorar a eficiência para sobreviver neste momento. O economista comenta que crises também geram oportunidades, não exclusivamente para comprar ativos em melhores condições de preço, mas nas formas de olhar os negócios e repensar as operações. Lemann critica a polarização social e política que vive o Brasil hoje. "É preciso mais bom senso, mais pragmatismo do que polarização", defende. O empresário acrescenta que o País enfrenta uma enorme desigualdade social que precisa ser diminuída, e uma das ferramentas para isso é a educação.
Quanto aos reflexos das dificuldades atuais no Brasil, o presidente do Conselho de Administração da Lojas Renner, José Galló, recorda que os brasileiros, historicamente, passaram por situações complicadas, como inflação de 80% ao mês (ocorrida na década de 1990). "Muitas dessas pessoas e empresas continuaram operando e crescendo", ressalta. O dirigente destaca que a primeira etapa de uma crise é o pânico, depois seguem o realismo, a solidariedade e a negociação. De acordo com Galló, é preciso gerar confiança em horas como essa, e as saídas precisam ser construídas em conjunto. O presidente do Conselho de Administração da Lojas Renner projeta que os obstáculos impostos pela crise farão com que sejam aceleradas reformas como a tributária, a administrativa e a política, que ele considera como fundamentais para aumentar a competitividade do País.