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Que tipo de líder você gostaria de ser?
Chegar ao topo é fácil, difícil é conquistar o respeito do grupo.
“Os líderes conseguem o comportamento que demonstram e toleram”, afirma Ram Charam, em seu livro Execução, o qual eu recomendo com frequência durante as minhas aulas, palestras e treinamentos.
Pode-se dizer que é um bom livro embora existam outros mais abrangentes como Liderança de Alto Nível, de Ken Blanchard, Liderança Ética, de Emiliano Gomez e Metamanagement, de Fredy Kofman.
Na prática, quando um líder tolera a deslealdade, a sacanagem, a conspiração no corredor, a discórdia e o corpo mole, não pode exigir muito da equipe, isso é fato, e não adianta transferir a culpa para as pessoas. Nesse aspecto, Charam foi mais incisivo: “os líderes conseguem o comportamento que demonstram e toleram”.
Você já leu e ouviu de tudo sobre liderança, até mesmo os conselhos utópicos de James Hunter, em O Monge e o Executivo, difíceis de serem praticados ao pé-da-letra no mundo competitivo e intolerante em que vivemos.
Liderança exige uma qualidade fundamental que poucos se dispõem a conquistar e aperfeiçoar: a arte de lidar com pessoas, algo tão complexo que não se aprende da noite para o dia. Contudo, todo mundo tem um conselho para dar a respeito.
Basta olhar para dentro de si mesmo e avaliar o quanto torna as coisas difíceis, por mais simples que pareçam, o quanto é intransigente e, por vezes, individualista ao extremo, afinal, somos humanos, carregados de imperfeições.
Qual é a fórmula, então, ou o segredo da boa liderança? Quando alguém descobrir isso, pode estar certo de que nunca lhe faltará trabalho até o fim da vida, mas a realidade é outra, portanto, trata-se de uma eterna busca pelo melhor que você pode fazer quando se trata de lidar com pessoas.
Liderança é um conceito misterioso e ilusório, dizia Stephen Covey, autor de Os 7 hábitos das pessoas altamente eficazes. É uma competência específica, formada por uma série de outras competências menores, não menos importantes, difíceis de serem dominadas ao mesmo tempo por uma única pessoa.
Que tipo de líder você gostaria de ser? Que tipo de líder você gostaria de ter? Quais as razões para o desânimo ou a desconfiança em relação aos líderes de hoje? Como o líder deve tratar seus liderados? Quais são suas crenças sobre liderança? Por que alguém deveria ser liderado por você?
Não existem fórmulas prontas nem respostas para todas as dúvidas, porém existem insights, exemplos e experiências compartilhadas com base na experiência de quem já conviveu com centenas de líderes e já exerceu o cargo em diferentes níveis hierárquicos.
Deixo aqui alguns pontos que considero fundamentais para a construção do seu estilo de liderança. Ser líder requer aprendizado constante, dedicação ao extremo e uma vontade inabalável de ser uma pessoa melhor para se transformar num líder melhor. Chegar ao topo é fácil, difícil é conquistar o respeito do grupo. Vejamos:
Defina o seu próprio estilo de liderança: esclareça as expectativas, imponha o seu próprio ritmo, delegue, monitore os resultados, confie, avalie e reposicione as pessoas sempre que necessário; você é o maestro, quem dita o ritmo é você.
Pense estrategicamente: saber pensar estrategicamente faz toda diferença em termos de produtividade. O que é isso? Arranjar tempo para planejar, pensar na estrutura organizacional, estabelecer uma boa matriz de responsabilidades, definir processos corretamente, prestar feedback realista e positivo, monitorar resultados, treinar funcionários e ter um mínimo de planejamento. Quanto mais operacional, menos estratégico e vice-versa.
Exponha e compartilhe desafios: pare de bancar o super-herói e de querer o mérito apenas para si mesmo; aprenda a ouvir, a delegar, a confiar mais nas pessoas e, acima de tudo, a dividir o mérito, entretanto, seja claro em relação às metas e objetivos. São os desafios que movem o ser humano e isso não é diferente no ambiente corporativo.
Administre conflitos: pare de empurrar a sujeira para debaixo do tapete; não quer lidar com conflitos, nunca assuma um cargo de liderança; as organizações são fontes inevitáveis de conflitos e o ser humano é, por natureza, competitivo.
Imprima sentido ao trabalho: as pessoas não se sentem frustradas por terem sido demitidas; a frustração maior está na ausência de feedback, na falta de reconhecimento, na desvalorização do conhecimento, na falta de oportunidade para desenvolverem suas habilidades; autômatos produzem, mas não engajam.]
Pratique o senso de justiça: haja o que houver, pratique o senso de justiça e para isso é necessário conhecer profundamente as habilidades, as deficiências, os objetivos e os resultados de cada membro da sua equipe; quando as crises surgirem, fica mais fácil saber o que fazer em vez de privilegiar puxassacos e dissimulados.
Seja você mesmo: não tente ser tudo para todos; lembre-se de que você ganha para atingir resultados, não para agradar as pessoas embora isso não lhe dê o direito de ser cruel. Quem quer ser tudo para todos acaba não sendo nada para ninguém, portanto, concentre-se no resultado sem esquecer que as pessoas são fundamentais para o alcance deles.
Por fim, esqueça essa bobagem de ficar comparando o chefe e o líder. Não importa se você é chefe ou líder. Durante a reunião você é o líder; no banheiro, na mesa do bar e no refeitório você será sempre o chefe e ninguém vai se referir a você como o líder, faz parte do jogo e não sofra com isso.
O que importa de fato é que, na condição de chefe ou de líder, esse papel oferece ônus e bônus, portanto, não desperdice energia tentando provar aos outros que você é líder e não apenas um chefe. São as ações, os exemplos, os resultados e, acima de tudo, o caráter que farão de você um líder mais efetivo e digno de admiração.
Pense nisso e faça sempre o seu melhor!