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Sistema de logística continua sendo problema no Brasil
Dos produtos fabricados no país, entre 30% e 40% do valor final são referentes aos gastos com o sistema de distribuição
O sistema de logística no mundo é um dos principais problemas no processo de comercialização. Na China, país que mais cresce economicamente, esse continua sendo um dos obstáculos a serem resolvidos. O Brasil, mesmo antes do atual crescimento econômico, já enfrentava dificuldades no setor. Para o professor da Faculdade de Educação Superior do Paraná (FESP), Alberto Possetti (), que também é doutor em Informática, com atuação em Logística em âmbito empresarial e acadêmico, o sistema de distribuição ainda não é absorvido pelo Brasil.
Entre as soluções apontadas pelo professor, está o cuidado em utilizar meios que acabem com o desperdício. “Não há uma integração entre medidas, embalagens, logística e armazenagem. As pessoas se esquecem de que não adianta se concentrar na qualidade e se esquecer da produtividade e da eficácia”, opina.
Outro ponto deficiente apontado por Possetti está relacionado aos canais da cadeia de distribuição. Ele explica que no Brasil, 57% do transporte de mercadorias usam o sistema rodoviário, 22% o marítimo, 20% o ferroviário, e o aéreo não chega a 1%. “Entre 30% e 40% do valor do produto das prateleiras referem-se ao valor gasto pelo fabricante com logística. Nos Estados Unidos, esse número chega a no máximo 15%, isso porque a maior parte da distribuição de materiais é feita pelo sistema ferroviário”, completa.
Estado
O Paraná consegue ultrapassar os índices nacionais quando os números se referem ao transporte de cargas rodoviário. No Brasil, os registros não chegam a 60%, já no estado, aproxima-se dos 70%. O ferroviário fica na marca dos 12%, o marítimo com 18% e o aéreo se iguala à realidade nacional, não chegando a 1%.
Na opinião do professor, as soluções para esse déficit na logística do país seria o aperfeiçoamento dos meios de transporte; melhoraria na distribuição no ranking; explorar mais o hidroviário; aperfeiçoar a área retroportuária com a ampliação dos terminais, recuperação das vias de acesso e melhorar os sistemas aduaneiros; dar uma atenção especial na gestão de informação, oferecendo cursos de aperfeiçoamento; e um cuidado especial com a logística reversa, que preconiza a sustentabilidade e dá importância ao pós-venda e pós-consumo.
Investimento
Em relação ao sistema de logística no Estado, o especialista afirma que ainda é preciso melhorar a questão portuária. Essas melhorias, de acordo com o professor, estariam previstas pelo Programa de Aceleração do Crescimento 2 (PAC2). O PAC, além de investir no Porto de Paranaguá, possibilitaria a construção de um porto de grande calado (hub port) em Pontal do Sul, com capacidade para receber navios de maior porte. Os estudos já estão sendo feitos para a confecção do projeto e para conseguir recursos junto ao governo federal. “Em Itapoá, Santa Catarina, o processo já está bem mais adiantado do que no nosso estado. As obras que estão sendo feitas estão utilizando parte dos recursos destinados por meio do PAC1”, conta.
Outro benefício que favoreceria o Paraná, na opinião de Possetti, seria o aprofundamento em estudos para fomentar o crescimento do transporte pelo meio hidroviário, já que a qualidade de rios com condições de navegação é razoável. A cabotagem, sistema de transporte marítimo conhecido por ser feito na costa nacional entre os portos, também seria outro grande ponto a ser observado, porque geraria economia por meio da logística.